23/11/11

INFORmação - Onde mora a criatividade? Será que vive na nossa mente ou no acaso?

Onde mora a criatividade? Será que vive na nossa mente ou no acaso?
Depois de algum tempo de ausência, voltamos aos nossos artigos… hoje para falar da criatividade. Escrevo sobre este tema após várias indagações que me têm colocado nas diversas formações que vou dando.
“Pode qualquer pessoa ser criativa? Pode ser a criatividade treinada? Poderemos estimular a criatividade? É preciso estar concentrado para poder criar? Precisamos de alguma substância para criar? E onde mora a criatividade?”
Foi perante questões deste género que comecei a investigar.



Um dos campos onde se exige mais criatividade é na música, por exemplo, onde os músicos de Jazz estão acostumados a improvisar. Num estudo de Limb & Braun (2008) publicado no PLoS One (artigo completo) estudou-se a criatividade de músicos experientes de Jazz com fMRI (Ressonância Magnética Funcional), onde se pretendia verificar que áreas do cérebro ativavam quando estavam em processo criativo.
Assim, verificou-se que as grandes áreas do cérebro são “desligadas” enquanto que algumas pequenas são “auto-iniciadas” gerando pensamentos e comportamentos altamente ativos.
Este estudo foi extremamente difícil de executar, no entanto foi possível detectar os substratos neurais da criatividade. Assim nas tarefas de improviso (simples ou complexas) foram “desligadas” muitas partes do Córtex Préfrontal (mais especificamente o Córtex Préfrontal Dorsolateral) quase por completo. Esta área que é responsável pela monitorização do nosso desempenho pessoal sofre um processo de inibição.
Porém, o Córtex Préfrontal Medial estava muito ativo. Esta área é associada a memórias de longo prazo, por exemplo, quando as pessoas descrevem um evento passado, contam uma história ou quando sonham, sendo porém um padrão pouco usual. Outra peculiaridade deste estudo é que áreas associadas com a atividade sensorial (audição, tacto e visão), sendo este padrão replicável noutras tarefas de improviso que não estejam associadas a música.

O principal contributo deste estudo prende-se com o facto de indicar não existir nenhuma área de ativação cerebral que se prenda com a criatividade, mas sim uma ativação multifocal, que gera um padrão que permite a “criatividade”.
Para ver mais sobre este estudo recomendo esta conferência no TED efectuada pelo autor.
No entanto, num outro estudo mais recente de Takeuchi et al. (2011) (artigo completo), já aparece a criatividade e a inteligência associada a diferentes padrões:
Enquanto que nas correlações com a criatividade associadas neste estudo ativa o precuneus , já a inteligência ativa a porção esquerda no giro superior temporal, a ínsula e algumas regiões contingentes (imagem à direita).
Se o precuneus, ativado em tarefas de criatividade (em sonhos) envolve a memória episódica, o processamento visuoespacial, reflexões sobre o self e aspectos sobre a consciência, já os que são ativados pela inteligência, por exemplo a ínsula, desempenha um papel muito importante nas emoções, percepção, vigília, controlo motor, funcionamento cognitivo e predictivo e experiências interpessoais.

Logo é interessante pensar que a criatividade é muito mais um processo da nossa interpretação da consciência enquanto que a inteligência é muito mais a nossa capacidade predictiva, ao contrário do que se pensava, a inteligência não é a aquisição de conhecimentos, mas a capacidade de prever ou predizer, papel que é desempenhado pelos neurónios de dopamina. Curioso que todas estas áreas são hiperestimuladas no sujeito com hiperatividade, mas já lá vamos.
Porém, para o cérebro criar precisa de fazer criar sentido… e num estudo de Wujec et al. (2009), cujo resumo podem ver nesta conferência, existem 3 partes do cérebro que devemos ter em conta para criar memórias: O feixe ventral, o feixe dorsal e o sistema límbico. Ora se é aqui que criamos memórias e as consolidamos, não será o mesmo local onde criamos?


Mas, de facto, o estudo mais interessante que me motivou a escrever este artigo, é o simples facto de eu ser um adulto com Perturbação com Déficit de Atenção e Hiperactividade, que se conhece vulgarmente como hiperativo, ou seja, muito distraído, mas com muita aptidão para criar (sendo eu suspeito a avaliar essa criatividade). Na busca do porquê, encontrei um estudo interessante de Carson et al. (2003) que indica que afinal, ser hiperactivo é muito positivo e que a distração não é afinal tão complicada como a entendemos.

Neste estudo de investigadores de Harvard e Toronto, falam da inibição latente. Mas afinal o que é isto da inibição latente? A inibição latente é a capacidade de ignorar estímulos que parecem irrelevantes (e que os hiperativos não possuem), como por exemplo, a conversa de outras pessoas num bar, o barulho que fazem os carros na rua, o tipo de voz que tem o fulano no outro lado da rua, enfim, tudo o que não importa e que retira a atenção focal do hiperativo com déficit de atenção.
Enquanto que esta capacidade é vista primariamente como um componente muito importante do processo atencional, é também ela que nos distrai do foco principal da nossa atenção (numa sala de aula, numa reunião, entre outros). Isto porém faz com que as pessoas com baixa inibição latente (caso dos hiperativos como eu), possuem uma mistura mais “rica” de pensamentos na memória de trabalho, de acordo com Lehrer (2010) (artigo).
Ora, para mim isto não é assim tão surpreendente, pois tendo dificuldade em constituir um filtro atencional, é mais fácil deixar entrar tudo, como escrever um artigo, misturar neurociências com marketing, ler um mail e acrescentar uma imagem do último livro, a pessoa que tem a voz estranha no café e que me leva a sorrir e escrever sobre esse estímulo.
Porém, o que o estudo tem de muita novidade, é que os estudantes que eram classificados como criativos (respondendo em vários testes de performance) pareciam sofrer até 7 vezes mais de baixa inibição latente (como os hiperativos), fornecendo assim dados que correlacionam a distratibilidade com a criatividade, indicando que os sujeitos com baixa inibição latente não conseguem fechar a sua mente, interrompem os outros frequentemente nos discursos pois não conseguem parar de criar raciocínios, recebem estímulos em todos os sentidos e por isso não se concentram numa tarefa, adoram começar projetos e estão sempre sedentos de novos, vêm uma realidade muito mais ampla e por isso o resultado final da sua criação é sempre inesperado.
Porém não pode ser um processo forçado, pois uma pessoa com baixa inibição latente que tenta prestar atenção a tudo, fica cada vez mais confuso (como Kierkegaard refere como um sujeito com possibilidade de cair em esquizofrenia quando o tenta forçar ao processo atencional, pois pode criar déficits na memória de trabalho o que o faz criar um processo de realidade diferente).

É este o grande ponto deste artigo, criar é um estado do acaso, não se cria concentrado pois ativamos áreas opostas (em função) do cérebro… para criar precisamos de baixa inibição latente com excesso de pensamentos, até que se faz um click. Precisamos da informação mais importante e ao mesmo tempo a menos relevante.

Assim a criatividade vive na singularidade… como estimular??? Criando “pontos de fuga”, ou seja, proporcionar o acaso, o improvável, fornecendo pistas para o inesperado, aumentando a dopamina no organismo, criando “comichão mental”… e quando tudo deixar de fazer sentido, aí começamos a criar e somos únicos! E quando não conseguirmos criar “comichão mental”, resta-nos inovar, pesquisando o que os outros fazem… mas criar… para isso precisamos da “tal” singularidade!!!
Por Fernando Rodrigues

20/11/11

INFORmação - Afectos Letras: III Missão Solidária Guiné Bissau/2011 - preparativos.

III Missão Solidária Guiné Bissau/2011 - preparativos


A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA AFETOS com LETRAS promoveu um a recolha de bens para proporcionar um NATAL mais feliz às crianças da Guiné-Bissau.
A ASSOCIAÇÃO apoia 200 crianças e respectivas famílias em Djoló e Varela. A Sala das Cores também contribuiu, com uma pequena caixinha e...ali vai ela a caminho. Soube-nos a pouco mas para a próxima prometemos trabalhar mais. 
Feliz Natal!

29/10/11

REGressámos ao Trabalho...e ao Ateliê das Coisas DOCES

TDAH


Déficit de atenção:
8 sinais/ sintomas aos quais os pais devem ficar atentos

Aretha Yarak
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito pais enxergam problemas onde eles não existem — sintomas isolados são comuns nesta fase da vida. Também há quem não preste atenção ao conjunto de sintomas que a caracterizam: quadros de desatenção, hiperatividade e impulsividade de maneira exacerbada.
Há um grande número de crianças com a doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das crianças brasileiras sofrem de TDAH, das quais de 60% a 85% permanecem com o transtorno na adolescência.
É preciso enfrentá-la cedo. Quando não diagnosticada e tratada, pode trazer sérios prejuízos a curto e longo prazo. Em crianças, é comum a queda no rendimento escolar, por causa de desorganização, da falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta, o problema pode ser a causa de uma severa baixa auto-estima, além de afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente, não consegue prestar atenção no parceiro.

Confira abaixo oito desses sintomas que, quando aparecem com freqüência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.



1 - Distração
As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.
2 - Perda de objetos
Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.
3 - Lição escolar
Impaciente, não consegue manter a atenção por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar a tarefa escolar, pois não consegue se manter concentrada do começo ao fim, e acaba se levantando, andando pela casa, brincando com o irmão, fazendo desenhos...

Genética: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode estar relacionado com outras doenças neuropsiquiátricas


4 - Movimentação constante
Traço típico da hiperatividade, é comum que mãos e pés estejam sempre em movimento, já que ficar parado é praticamente impossível. A criança acaba se levantando toda hora na sala de aula e costuma subir em móveis e em situações nas quais isso é inapropriado. Para os pais, é como se o filho estivesse “ligado na tomada”.
5 - Passeios e brincadeiras
Existe grande dificuldade em participar de atividades calmas e em silêncio, mesmo quando elas são prazerosas. Em vez disso, preferem brincadeiras nas quais possam correr e gritar à vontade. Por isso costumam ser vetados de algumas festas de aniversário ou passeios escolares.
6 - Paciência
Tendem a ser impulsivas e não conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. É comum ainda que não esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas.
7 - Desatenção
Distraída e sem conseguir prestar atenção na conversa, dificilmente consegue se lembrar de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensação que se tem é a de que ela vive “ no mundo da lua”. É comum, portanto, que os pais acabem repetindo inúmeras vezes a mesma coisa para a criança, que nunca se lembra do que foi dito.




8 - Impulsividade
A criança com TDAH não tem paciência nem para concluir um pensamento. Assim, ela acaba agindo sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discussões.

* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp

PHDA

Guia Pais.profs Total2

08/10/11

EUropa SEM BARREIRAS


COMISSÃO EUROPEIA
                    Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020

               Compromisso renovado a favor de uma Europa sem barreiras

2.1. Áreas de intervenção

5 - Educação e formação

No grupo etário 16-19 anos, a taxa de não participação na educação é de 37% para as pessoas consideravelmente limitadas por uma deficiência, 25% para as que são de algum modo limitadas e 17% para as que não conhecem limitações. O acesso ao ensino regular das crianças com deficiências profundas é difícil e por vezes segregado.

As pessoas com deficiências, em particular as crianças, têm de ser integradas no sistema geral de ensino e beneficiar de apoio individual, no interesse dessas crianças. No pleno respeito pela responsabilidade dos Estados-Membros no que respeita ao conteúdo dos programas e à organização dos sistemas de ensino, a Comissão apoiará a meta de uma educação e formação inclusiva e de qualidade definida no quadro da iniciativa «Juventude em Movimento».
Melhorará a informação sobre os níveis de ensino e as oportunidades destinadas às pessoas com deficiência e a sua mobilidade, facilitando a sua participação no programa de aprendizagem ao longo da vida.

A acção da UE apoiará os esforços nacionais empreendidos no quadro da iniciativa Educação e Formação 2020, o quadro estratégico para a cooperação europeia no domínio da educação e formação, e que visem:

- eliminar as barreiras jurídicas e organizacionais que se colocam às pessoas com deficiência no acesso aos sistemas gerais de ensino e de aprendizagem ao longo da vida;

- proporcionar apoios atempados ao ensino inclusivo e à aprendizagem personalizada e a identificação precoce de necessidades especiais;

- ministrar formação e apoios adequados aos profissionais que trabalham em todos os níveis de ensino e elaborar relatórios sobre taxas de participação e resultados obtidos.

“Promover a inclusividade do ensino e da aprendizagem ao longo da vida para os alunos e os estudantes com deficiências.”

Bruxelas, 15.11.2010

07/10/11

EPILEPSIA




O que é?

A Epilepsia é um distúrbio que afecta o cérebro, expressando-se através de crises – manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas. Estas crises correspondem a uma descarga anormal de alguns neurónios cerebrais, súbita e imprevisível, que afecta, assim, o pensamento ou o corpo, sem que o doente a possa controlar, podendo durar entre alguns segundos e vários minutos.
Geralmente, as crises são associadas a convulsões por todo o corpo e contracções de um dos membros ou face, mas existem vários tipos, cuja frequência e manifestação variam de doente para doente.
A epilepsia é a disfunção do sistema nervoso mais comum do mundo, afectando cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente da idade, do sexo, da raça, do estrato social ou da nacionalidade.
Em Portugal, cerca de 50.000 pessoas sofre desta doença. No entanto, com as crises controladas, é possível ter uma vida normal, trabalhar, conviver com amigos, namorar ou casar, ter filhos… Como qualquer outra pessoa.


Diagnóstico

O diagnóstico é, em geral, simples e rápido. As descrições das crises feitas pelo doente ou pelo acompanhante (é importante que os doentes se façam acompanhar de uma testemunha das crises à consulta para que estas possam ser mais objectivamente descritas) são geralmente suficientes para o médico fazer o diagnóstico de epilepsia.
Contudo, o médico poderá ter necessidade de recorrer a exames para classificar o tipo de epilepsia de que sofre o doente. Um dos mais frequentes é o electroencefalograma, que avalia as actividade eléctrica cerebral. Exames imagiológicos, como a tomografia axial computorizada (T.A.C.) e a imagem por ressonância magnética (I.R.M.), poderão ser determinantes para identificar a eventual causa da epilepsia.

Controlar a Epilepsia

Ter epilepsia não implica que não possa ter uma vida normal. Basta seguir algumas regras, além de cultivar um estilo de vida saudável e equilibrado, como todas as outras pessoas.

Tome a sua medicação antiepiléptica às horas certas - Uma das causas mais comuns das crises não controladas é, precisamente, não tomar os medicamentos correctamente. Suponha que se esquece de tomá-los uma vez: a quantidade de medicamento remanescente no sangue das tomas anteriores pode não ser suficiente para controlar as crises.

Durma bem - Noites mal dormidas aumentam o risco de uma crise epiléptica. Tente descansar bem, dormindo entre sete e dez horas por noite (dependendo da sua idade).

Reduza o stress - O stress é um verdadeiro aliado das crises e, por isso, deve minimizá-lo ao máximo, divertindo-se, usando técnicas de relaxamento, evitando desportos de alto risco (alpinismo, parapente, asa-delta, etc.) e todas as outras actividades que possam aumentar substancialmente o nervosismo.

Evite tomar estimulantes - O café, o álcool, as drogas e o ruído podem aumentar o número de crises porque interferem na actividade dos neurónios.

Consulte regularmente o seu neurologista - Só assim poderá controlar o desenvolvimento da sua doença e obter os melhores esclarecimentos para todas as suas dúvidas.



04/10/11

INClusão SOCIAL

5 de outubro - DIA Mundial do PROFESSOR


5 de Outubro -  Dia Mundial do Professor

Comunicado da Direcção da  Associação  de Docentes de Educação Especial


"1.A Educação é uma área de grande centralidade no mundo moderno: encontra-se intimamente ligada aos projectos do mundo em que vivemos: do desenvolvimento sustentável à erradicação da pobreza, da ecologia à melhoria ética e humanística das sociedades.

2. A Educação pode ser também o factor decisivo de promoção da equidade e da diminuição das desigualdades. Um bom sistema educativo permite que as diferenças que existem entre as pessoas não se tornem factores de desigualdade mas sim factores de enriquecimento e de promoção de todos.

3. Os professores são elementos decisivos para o sucesso educativo. Não os únicos mas sim imprescindíveis. Isto não significa que os professores sejam profissionais perfeitos: a profissão de professor é um permanente desafio, uma constante adaptação a realidades, também elas, a mudarem mais rápido do que alguma vez mudaram.

4. A profissão de professor implica uma permanente actualização, uma constante disponibilidade para ensinar uma e outra vez, de uma maneira e de outra, para que se possa suscitar a aprendizagem dos alunos. Uma aprendizagem não só ao longo da vida mas também a toda a largura da vida do aluno, isto é, um processo que abarque todos os domínios da sua personalidade.

5. Trata-se, assim, de uma profissão que implica um elevado desgaste mas que tem igualmente um grande potencial de proporcionar uma vida profissional plena e cheia de pequenos (e por vezes indeléveis) sucessos.

6. Os professores vivem neste Outubro de 2011 em Portugal, condições difíceis: as condições económicas do país conduziram a restrições na Educação que implicaram despedimentos e redução do número de professores, condições que limitam os recursos para a Educação e que, enfim tornam ainda mais difícil a sua já difícil missão.

7. Neste dia 5 de Outubro, Dia Internacional do Professor proclamado pela UNESCO, queremos saudar todos os professores portugueses e agradecer-lhes todo o seu profissionalismo. Foram eles certamente os profissionais que mais contribuíram para que hoje Portugal possa ter ao nível da Educação níveis quantitativos e qualitativos similares aos dos restantes países parceiros da União Europeia.

8. Queremos enquanto Associação Nacional de Docentes de Educação Especial saudar hoje e em particular todos os docentes de Educação Especial. Nestes profissionais colocam milhares de famílias a sua fundada confiança para a educação dos seus filhos. Queremos renovar com todos professores, e em particular com os docentes de Educação Especial, o nosso compromisso de contribuir para dignificar a profissão. Sabemos que o aprofundamento das competências profissionais e a dignificação da profissão dos professores de Educação Especial são as vias seguras para continuar a construir uma escola e uma sociedade inclusiva, para melhorar a qualidade da Educação e dar um futuro de cidadania aos alunos que, para mostrarem o que valem, necessitam de dispor de respostas educativas específicas."

In A Direcção da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial

03/10/11

SIMPSONS

Educação Inclusiva e Educação Especial: Um Guia para Directores

COM Interesse





Publicação do livro Educação Inclusiva e Educação Especial: Um Guia para Directores


Encontra-se disponível para download a publicação Educação Inclusiva e Educação Especial: Um guia para Directores.Elaborado com base nos contributos de diversos profissionais que se disponibilizaram a partilhar as suas práticas, e fruto de uma aprofundada reflexão sobre as mesmas, este Guia pretende constituir um suporte à acção dos directores de agrupamentos de escolas e de escolas.Se pretender o livro em formato impresso poderá solicitar, através dedseease@dgidc.min-edu.pt, que o mesmo lhe seja enviado devendo, para o efeito, identificar o agrupamento ou escola e o respectivo endereço postal.
Fonte: DSDC/DSEEASE

30/09/11

CRIANças SOBREDOTADAS



Hoje a sobredotação assenta sobretudo nas características do desempenho que os sujeitos manifestam na interacção que estabelecem com os outros, com os objectos e com os conceitos. Há todo um conjunto de factores que interagem e que resultam na manifestação de um desempenho saliente, de onde emerge a sobredotação. Renzulli destaca-se nesta abordagem mais abrangente, mais compreensiva e mais consensual na actualidade. Para este autor, as crianças e jovens sobredotados distinguem-se por um conjunto básico de características:
A capacidade acima da média – os sujeitos não têm que ser génios; distingue-os a facilidade com que obtêm êxito em determinadas matérias ou a facilidade que revelam na aquisição de determinados conhecimentos ou competências em áreas específicas.
A persistência na resolução de uma tarefa – esta é a característica apontada como a mais incontroversa no conjunto das tentativas da definição da sobredotação. O indivíduo apresenta uma grande capacidade de trabalho, direccionando uma invulgar quantidade de energia para a resolução de problemas ou de uma actividade específica. Esta característica não se pode dissociar da motivação e dos interesses desenvolvidos pela criança ou jovem em relação à tarefa ou actividade específica.
Níveis superiores de criatividade são a terceira característica assinalada por Renzulli.
Revela-se pela natureza e frequência das perguntas, jogos e associação de conceitos. É com frequência que as crianças e jovens com esta característica surpreendem os adultos com a qualidade das suas produções, quando o ambiente educativo permite o pensamento divergente e inovador.(...)
Erroneamente, persiste a ideia de que as suas características pessoais lhes permitem atingir o desenvolvimento pessoal adequado por si próprios. O princípio da igualdade de oportunidades da Declaração de Salamanca, sobre a “escola inclusiva” de 1994, de que o governo português é signatário, vem suprir este mito ao referir explicitamente as crianças sobredotadas como grupo a requerer maior individualização educativa por parte das instituições e profissionais envolvidos (UNESCO, 1994). Penoso é, porém, este princípio continuar “arrumado na estante”, vítima das tendências sociais elitistas que consideram desnecessária a atenção aos sobredotados.

Ver mais in Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas/ apcs.co.pt

02/06/11

Ainda a LEITURA...POESIA

Quando as Crianças Brincam

Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração


Fernando Pessoa

01/06/11

DIA da CRIANÇA

1 de Junho – Dia da CRIANÇA


Foi em 1950 que a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs à ONU a criação de um dia dedicado às crianças em todo o mundo. A comemoração começou no dia 1 de Junho de 1950 e prolonga-se até aos dias de hoje.
A partir deste dia ficou reconhecido pela ONU que toda a criança, independentemente da raça, cor ou sexo, tem o direito a: amor e compreensão; alimentação; cuidados médicos; educação; protecção contra todas as formas de exploração; e crescer num clima de Paz.

Mas só a 20 de Novembro de 1959 foram oficializados estes direitos e legalmente aprovada a "Declaração dos Direitos das Crianças". Composta por dez artigos esta declaração defende as crianças enumerando o que as pessoas responsáveis por elas devem fazer para que sejam felizes e saudáveis.
Em 1989, também a 20 de Novembro, a ONU aprovou a "Convenção sobre os Direitos da Criança", um documento com 54 artigos para protecção dos mais pequenos.


"Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como esta trata as suas crianças." Nelson Mandela

27/05/11

CONSTrução de um PERCURSO

MENINOS de Todas as CORES, a História

Meninos de todas as cores

Uma história de Luísa Ducla Soares

Era uma vez um menino branco, chamado Miguel, que vivia numa terra de meninos brancos e dizia:

É bom ser branco! Porque é branco o açúcar, tão doce, Porque é branco o leite, tão saboroso, Porque é branca a neve, tão linda…

Mas, certo dia, o menino partiu numa viagem de comboio e chegou a uma terra onde todos os meninos são amarelos. Arranjou uma amiga chamada Flor de Lótus, que como todos os meninos amarelos, dizia:

É bom ser amarelo! Porque é amarelo o Sol, É amarelo o girassol, Também é amarela a areia da praia…

O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos. Fez-se amigo de um pequeno caçador chamado Lumumba , que, como os outros meninos pretos, dizia:

É bom ser preto! Preto como a noite, Preto como as azeitonas, Preto como as estradas que nos levam a toda a parte!

O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos. Escolheu para brincar aos índios uma menina de raça vermelha chamada Pena de Águia , que dizia:

É bom ser vermelho! Da cor das fogueiras, Da cor das cerejas, E da cor do sangue, bem encarnado…

O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos. Aí, andou de camelo com um menino chamado Ali - Babá, que dizia:

É bom ser castanho! Como a terra do chão, Como os troncos das árvores, Como o chocolate!

Quando o menino branco voltou à sua terra de meninos brancos, já dizia:

É bom ser:
Branco como o açúcar, Amarelo como o Sol, Preto como as estradas, Vermelho como as fogueiras, Castanho como o chocolate!

E, enquanto na escola os outros meninos brancos pintavam, em folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores!

E o menino branco aprendeu que afinal, mesmo sendo diferentes, é bom ser de todas as c o r e s!

MENINOS de Todas as CORES...a AMIZADE não tem Barreiras

22/05/11

TIC na SALA das Cores

De TIC na SALA das Cores

BULLYING

Bullying na escola from Bullying na escola on Vimeo.

BULLYING na ESCola

BULLYING

O termo “Bullying” compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adoptadas por um ou mais indivíduos contra outro(s), causando dôr e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os actos repetidos entre elementos da mesma comunidade (colegas) e o desequilibro de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima. Em princípio, pode parecer uma simples brincadeira mas não deve ser visto desta forma. A agressão moral, verbal e até corporal sofrida pelos alunos, provocando sofrimento na vítima da “brincadeira”, esta pode entrar em depressão.

Os agressores são indivíduos que têm pouca empatia. Frequentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais não há relacionamentos afectivos entre os seus membros. Os pais exercem uma supervisão fraca sobre os seus filhos, toleram e oferecem modelos errados para solucionar conflitos ou comportamentos agressivos. Admite-se que os que praticam o “bullying“ têm grande probalidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo mesmo a tornarem-se criminosos. Os autores do “bullying“ são os alunos que só praticam “bullying“, são os agressores.
O bullying tem motivado pesquisadores, educadores de todas as áreas a estudar as causas que motivam a banalização humana e a perda colectiva de alguns valores sociais e do significado da palavra respeito no relacionamento entre colegas. Palavra inglesa para definir a forma intencional de maltratar uma outra pessoa.

Principais tipos de Bullying

  • Físico (bater, pontapear, beliscar, ferir, empurrar, agredir)
  • Verbal (apelidos, gozar, insultar)
  • Moral (difamar, caluniar, discriminar, tiranizar)
  • Sexual (abusar, assediar, insinuar, violar sexualmente)
  • Psicológico (intimidar, ameaçar, perseguir, ignorar, aterrorizar, excluir, humilhar)
  • Material (roubar, destruir pertences materiais e pessoais)
  • Virtual (insultar, discriminar, difamar, humilhar, ofender por meio da Internet e telemóveis)

  • Alvos de “bullying” - são os alunos que só sofrem “bullying”
  • Alvos/autores de “bullying” - são os alunos que ora sofrem, ora praticam “bullying”
  • Autores de “bullying” - são os alunos que só praticam “bullying”
  • Testemunhas de “bullying” - são os alunos que não sofrem nem praticam “bullying”, mas têm conhecimento dos envolvidos e convivem num ambiente onde isso ocorre

Efeitos sobre os Alvos incluem

  • Depressão reactiva, uma forma de depressão clínica causada por eventos exógenos
  • Stress de desordem pós-traumática
  • Torna-se também um agressor
  • Ansiedade
  • Problemas gástricos
  • Dores não especificadas
  • Perda de auto-estima
  • Medo de expressões e emoções
  • Problemas de relacionamento
  • Abuso de drogas e álcool
  • Auto-mutilação
  • Suicídio (também conhecido como bullycídio)

Efeitos numa Escola incluem

  • Níveis elevados de faltas escolares (absentismo)
  • Alto nível de faltas disciplinares por males menores
  • Desrespeito pelos professores

Como agir com uma vítima de BULLYING?

  • Saiba que ele(a) está a precisar de ajuda
  • Não tente ignorar a situação
  • Procure manter a calma
  • Mostre que a violência deve ser evitada
  • Não o agrida, nem o intimide
  • Mostre que sabe o que está a acontecer converse com ele
  • Garanta a ele que o quer ajudar
  • Tente identificar algum problema actual
  • Com o consentimento dele tente entrar em contacto com a Escola
  • Procurar auxiliá-lo a encontrar meios não agressivos
  • Encoraje-o a pedir desculpa ao colega que agrediu
  • Tente descobrir alguma coisa positiva em que ele se possa sair bem para elevar a sua auto-estima